sexta-feira, 17 de março de 2017

Saudade, essa palavra

Existem basicamente três tipos de saudade, as que eu sinto.

Sentir saudade de alguém que veremos em breve é bom. O alvo do sentimento está em nosso alcance, e logo iremos acabar com a falta, abraçar, estar perto. A saudade sequer acaba, ela está presente, nunca parece ser suficiente o tempo de estar com quem se ama.
Aquele corpo amado, a presença, a voz. A alma até esquece que neste mundo tudo parece estar errado. Não, não mais está. A presença apaga todas as marcas, e forma outras....
Fagner Canteiros


Existe aquela saudade dos fantasmas vivos. Aqueles que jamais voltarão.
Somente se percebe em sonhos, já que a razão compressa em esquecimento toda forma de expressão da saudade de quem afastamos por precaução, ou foi embora por que quis ir.

A esses eu os guardo em um lugar, que é como um cemitério. Não levo-lhes flores, não os lembro. Apenas ficam lá em silêncio, como um lembrete do que foram, do que fizeram.
Não, eu não sou perdão. Eu guardo em mim todas as coisas e para o que importa tenho memória.

Existe a saudade eterna. A saudade da mãe, a saudade da casa em que se viveu, a saudade do pai.
Essa saudade dói até para escrever.
É a saudade que a morte nos provoca, esse sentimento que apenas crava uma faca no peito, todos os dias. E para este sentir não há cura, nunca mais os verei.

Nunca mais verei o sorriso da minha mãe, seu rosto triste, seu jeito que era tão eu. Hoje eu sei.

Nem adianta eu morrer, não sei para onde irei. Talvez fique exatamente aqui, no mais obscuro silêncio do não mais. E nunca mais a verei. Minha mãe era linda, meu pai, era meu pai.
Quando penso neles só sinto dor.





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